quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Uma reflexão sobre mortos e lembranças...

Da série O sofrimento dos que sobrevivem todos os dias à morte e, tidos como mortos, penam com a lembrança dos vivos...

Ao se ler as memórias da médium Yvonne Pereira aprendemos melhor a como lidar e respeitar a "memória dos mortos"... Estamos nos referindo à obra Devassando o Invisível e ao seu relacionamento com Chopin. Da sua convivência interexistencial (como diria Herculano Pires) com o músico polonês, o que mais nos chamou a atenção foi um pedido dele: que ela nunca se aventurasse a ler a sua biografia!

É, pois, de se imaginar as agruras da Maysa, com a sua vida exposta, sem qualquer cerimônia, de modo até desumano... Uma lavanderia pública, se nos permitem a imagem. 

Que tenhamos melhor sorte, no futuro, se os nossos próximos aprenderem a arte de cultivar a memória alheia...

Tendo dito!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ter "atitude de Pollyanna" não é ser ingênuo, mas seletivo naquilo que se busca ou se projeta......

Entre ficar com o "lado ruim" das situações ou com o "lado menos pior", fiquemos com a segunda opção sempre.

Aqueles que não somente nutrem fé e esperança, mas vertem suor ao trabalhar para realizar o melhor "não há tempo ruim"! São pessoas que não desistem nunca. Que tem noção das dificuldades, mas as enfrentam. Enfim, não são ingênuas e nem tão pouco colocam lentes cor de rosa para se enganarem face à realidade.

Emmanuel, por sua vez, também nos orienta para que busquemos o "lado bom" das pessoas e das situações, pois isso indica o que projetamos de nós mesmos...

Eis as suas ponderadas palavras, em Fonte Viva, na mensagem Não te enganes:

Onde acionarmos a  nossa "parte  inferior", a sombra dos outros permanecerá em  nossa companhia. Da zona a que projetarmos a nossa "boa parte", a luz do próximo virá ao nosso encontro. 

Longe de parecermos ingênuos, estamos sendo apenas seletivos, escolhendo o que melhor buscamos e projetamos...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Semear do que há de melhor em ti...

Da lição Semeadores, de Emmanuel, em Fonte Viva,  baseado no conhecido versículo "Eis que o semeador saiu a semear." - Jesus. (Mateus 13:3), colhemos alguns trechos que pode nos ensejar boas reflexões:

Não nos fala que o semeador deva agir, através do contrato com terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu a semear. 

...o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios. 

É necessário desintegrar o velho cárcere do "ponto de vista" para nos devotarmos ao serviço do próximo. 

Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do "eu", 
excursionaremos através do grande continente denominado 
"interesse geral". E, na infinita extensão dele, encontraremos a "terra 
das almas", sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revesti da de 
pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina 
oportunidade de agir a benefício de todos. 

Foi nesse roteiro que o Divino Semeador pautou o ministério da luz, 
iniciando  a  celeste missão  do  auxílio  entre  humildes  tratadores  de 
animais e continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos 
doutores de Jerusalém, dos fariseus  palavrosos e dos pescadores 
simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e 
da alma, velhos e jovens, mulheres e crianças... 

Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a 
que se acolhe e veio até nós, espalhando as claridades da Revelação 
e aumentando-nos a visão e o discernimento. Humilhou-se para que 
nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa 
luz pudesse brilhar, embora  lhe fosse fácil  fazer-se substituído por 
milhões de mensageiros, se desejasse. 

Afastemo-nos, pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo 
a "sair para semear"...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Devagar, mas sempre

Na lição 62, do Fonte Viva, Emmanuel nos convida a prosseguir, a despeito de tudo, nos orientando a como fazê-lo:

Não  abandones  o  teu  grande  sonho  de  conhecer  e  fazer,  nos 
domínios superiores da  inteligência e do sentimento, mas  não te esqueças do trabalho pequenino, dia a dia. 

(...)

Se  algum  ideal  divino  te  habita  o  espírito,  não  olvides  o  servicinho 
diário, para que se concretize em momento oportuno. 

Há ensejo favorável à realização? 

Age com regularidade, de alma voltada para a meta. 

Há percalços e lutas, espinhos e pedrouços na senda? 

Prossegue mesmo assim. 

O  tempo..  implacável  dominador  de  civilizações  e  homens,  marcha 
apenas com sessenta minutos por hora, mas nunca se detém. 

Guardemos a lição e caminhemos para diante, com a melhoria de nós 
mesmos. 

Devagar, mas sempre. 

domingo, 18 de janeiro de 2009

Nunca desfalecer!

"“...Orar sempre e nunca desfalecer.” (Lucas, 18:1.) 

A lição de hoje, do Fonte Viva, n. 61, é a mesma do título deste post.

Não nos alongaremos, transcrevendo apenas o que julgamos essencial.

Não permitas que os problemas externos,  inclusive os do próprio 
corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação. 

Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a crosta da Terra, 
sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor. 

A lição dada é caminho para novas lições. 

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem. 

Outra  não  pode  ser  a  função  da  escola,  senão  ensinar,  exercitar  e 
aperfeiçoar. 

Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações. 

...

Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar 
sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca 
desfalecer. 

Que diante, pois, das "surpresas constrangedoras" de cada dia não nos entreguemos ao desânimo ou ao desespero e confiantes sigamos, orando e vigiando, pois não há de faltar outros desafios, logo mais à frente nos aguardando...

PS.: ao conferir o versículo de Lucas, conhecemos o Bíblia online, do ecumênico José Peleteiro, companheiro protestante, que criou um programa de consulta dos mais completos já vistos. Vale a visita.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A esmola segundo Emmanuel

Caridade material e caridade moral

O tema da caridade é sempre recorrente na doutrina espírita. E quando se situa a questão da caridade material a esmola aparece em cena... É constrangedor lidar com ela, bem sabemos! Precisamos, no entanto, irmos além para aprender mais sobre essa prática ainda necessária.

O dicionário Houaiss nos ensina que esmola é: a "dádiva caridosa feita aos pobres; óbolo" e o "ato de auxiliar, de prestar ajuda; socorro", entre outros significados.

Emmanuel, em lição de mesmo nome, no capítulo 60, de Fonte Viva, nos traz preciosas reflexões em torno deste tema. Decidimos, face à necessidade de nos aprofundarmos no assunto, transcrever integralmente o texto, com o destaque de alguns trechos que julgamos mais significativos. 

Fica, então, o convite à leitura, reflexão e prática!

Esmola 

"Dai antes esmola do que tiverdes" - Jesus (Lucas, 11:41). 
 
A  palavra  do  Senhor  está  sempre  estruturada  em  luminosa  beleza que não podemos perder de vista. 

No capítulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa de Lucas, merece apontamentos especiais. 

"Dai antes esmola do que tiverdes".

Dar o que temos é diferente de dar o que detemos.
 
A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável 
daqueles que distribuem pão  e agasalho, remédio  e socorro para o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-a. 

É justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que  detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos 
substanciais da vida, não nos pertencem. 

O Dono de todo o poder e de toda a  riqueza no  Universo é Deus,  nosso Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as necessidades de cada um. 

Não olvidemos, assim, as doações de nossa esfera íntima  e perguntemos a nós mesmos: 

Que temos de nós próprios para dar? 

Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros? 

Que reações provocamos no próximo? 

Que distribuímos com os nossos companheiros de luta diária? 

Qual é o estoque de nossos sentimentos? 

Que tipo de vibrações espalhamos? 

Para difundir a bondade, ninguém precisa  cultivar  riso estridente ou sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações famintos de pão da fraternidade, é indispensável amealhar em nosso espírito as reservas da boa compreensão, emitindo o tesouro de amizade e entendimento que o Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe

É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância. 

O aviso do Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: - dai esmola de vossa vida íntima, ajudai por vós mesmos, espalhai alegria e bom ânimo, oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de todas.

PS.: a foto acima é de Patch Adams em ação.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Palavras...

Da arte de fazer sermões, nos padrões de Emmanuel

Em Palavras da vida eterna (lição 59, de Fonte Viva) Emmanuel certamente evoca, com mais profundidade, a sua multimilenária experiência como Nestório (Cinquenta anos depois), como padre Manoel da Nóbrega e como, possivelmente outras personalidades, nas quais se exercitou na arte de compor peças faladas e escritas, exortam à prática do bem.

E como já nos referimos, eis aqui uma peça digna de figurar em qualquer "manual de estilo de redação"

Mas além da estilística, da retórica, da irrepreensível habilidade em lidar com as palavras, fiquemos com a mensagem tão bem vestida e vertida:

Inicia ele: 

Rodeiam-te as palavras, em todas as  fases da  luta  e em  todos os 
ângulos do caminho. 

E depois de enumerar tudo o que podemos aprender com as palavras alheias que nos chegam aos ouvidos, vai ao ponto certo:

Guarda teu coração à escuta. 
Nascem do amor  insondável do Cristo, como a água pura do seio imenso da Terra. 

Segue demonstrando o quanto devemos estar atentos no assimilar do muito que nos chega aos olhos e aos ouvidos, ao entendimento, por meio das palavras que o mundo nos carreia à compreensão.

Situando-se, ao final, no cerne da questão, "nas palavras de vida eterna", nos exorta: 

"Palavras, palavras, palavras..." 
Esquece  aquelas  que  te  incitam  à  inutilidade,  aproveita  quantas  te 
mostram as obrigações justas e  te ensinam a engrandecer a 
existência, mas  não olvides as frases  que te acordam para a  luz e 
para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um 
amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, 
procedem sempre de Jesus, o Divino Amigo das Criaturas. 

Ao final, arrematando, nos diz:

Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as 
santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o 
nosso seguro apoio mental nas  horas difíceis das grandes 
renovações. 

Com Emmnuel nos aproximamos de Jesus, ouvimo-lhes as lições e, reconhecendo-lhe a grandeza de Mestre e Amigo. Desse modo, estamos aptos a lhe seguir mais perto os passos, o que nos exigirá acelerar a marcha, certamente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Discípulos

Na lição 58, do livro Fonte Viva, Emmanuel nos convoca a reflexões mais aprofundadas, pois trata-se de meditar sobre o "carregar cada um a sua cruz" e "seguir o Mestre".

Pinçamos alguns trechos significativos:

A vida de cada criatura consciente é um conjunto de deveres para consigo mesma, para com a família de corações que se agrupam em torno dos seus sentimentos e para com a Humanidade inteira.

E não é tão fácil desempenhar todas essas obrigações com aprovação plena das diretrizes evangélicas.

Imprescindível se faz eliminar as arestas do próprio temperamento,
garantindo o equilíbrio que nos é particular, contribuir com eficiência
em favor de quantos nos cercam o caminho, dando a cada um o que
lhe pertence, e servir à comunidade, de cujo quadro fazemos parte.

Se buscamos a sublimação com o Cristo, ouçamos os ensinamentos
divinos. Para sermos discípulos dele é necessário nos disponhamos
com firmeza a conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilação
do bem, acompanhando-lhe os passos.

Como se vê, não há promessa alguma de facilidade, de benesses, mas testemunhos de assimilação do bem e cumprimento de deveres com aprovação plena das diretrizes evangélicas...

Enfim, tarefa para muitas vidas inteiras. Dar hoje os primeiros passos é, pois, fundamental.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Apóstolos: muito além dos líderes...

Paulo de Tarso, o apóstoloO peso da responsabilidade

Na lição 57, Apóstolos, Emmanuel, no já citado Fonte Viva situa os apóstolos como personagens que detém um papel muito maior do que o de líder (qualquer que sejam as definições deste).
 
Vamos ao texto:

"Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 4:9.) 
 
O apóstolo é o educador por excelência. Nele residem a improvisação de trabalho e o sacrifício de si mesmo para que a  mente dos discípulos se transforme e se ilumine, rumo à esfera superior. 

Os apóstolos (...) são ... condutores do espírito. Em todas as grandes causas da Humanidade, são  instituições vivas do exemplo revelador, respirando no mundo das causas e dos efeitos, 
oferecendo em si mesmos a essência do que ensinam, a verdade que demonstram e a claridade que acendem ao redor dos outros. 

Por isso, passam na Terra, trabalhando e  lutando, sofrendo e crescendo sem descanso, 
com etapas numerosas pelas cruzes  da  incompreensão e da dor. 

... neles estão condensadas a demonstração positiva do bem para o mundo, a possibilidade de atuação para os Espíritos Superiores e a  fonte de benefícios imperecíveis para a Humanidade inteira. 

Quem se candidata?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Renasçamos todos os dias

Emmanuel na lição 56, de Fonte Viva, Renasce agora, nos lega preciosos lembretes, dos quais destacaremos apenas dois:

Sucedem-se os anos com matemática precisão,  mas os dias são sempre novos. 

A renovação constante casa-se à estabilidade das leis que regem o universo, mostrando-nos que é possível manter a nossa identidade essencial e nos transformarmos para melhor todos os dias. 

Isso joga por terra a idéia nutrida por muitos do "sou assim mesmo" ou do "sou autêntico", que costuma ser mera manifestação de resistência à mudança, por desejarmos cultuar os nossos caprichos milenares...

Renasce agora em teus propósitos, deliberações  e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançar a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo... 

Felizmente este autor espiritual (ou este heterônimo do Chico Xavier, vá lá!) não lembra em nada o que compõe os traços essenciais do que dizem ser a literatura de auto-ajuda - aqueles conselhos açucarados que visam amenizar as dificuldades da vida, entre outros. 

Aqui não se apresentam facilidades, mas convites ao trabalho, à constância, à disciplina, à autosuperação para vencer-se a si mesmo, contando-se com o tempo, que não será outro que não o de "longa duração".

Não se oferece vias de fácil acesso à felicidade, mas suor e trabalho, em ciclos de desafios permanentes...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O que ando lendo de madrugada...

Tenho acordado regularmente às 4 horas da madrugada nos últimos 9, 10 anos (nem me lembro mais ao certo). 

E criei, em razão disso, o bom hábito de fazer leituras sistemáticas, passo a passo, de livros espíritas e outros. 

Hoje, para iniciar este blog, darei notícia do que ando lendo pela madrugada, na ordem exata:

1. Fonte Viva, de Emmnuel, psicografia do Chico Xavier. À razão de uma mensagem/lição. Útil para refletir, servindo também como "guia de estilo para escritor", pois Emmanuel é mestre na arte da escrita...

2. La Genezo (A Gênese), de Allan Kardec, na sua versão na língua internacional (não universal), o pouco ainda conhecido esperanto. Um primor de tradução. Um lembrete nascido da experiência de leitor bílingue por vezes: as versões em esperanto de todos os textos já lidos por mim (praticamente toda a obra básica de Kardec, os quatro evangelhos mais os Atos dos Apóstolos) são bem  melhores que as mesmas versões em português. 

3. Ícaro Redimido (A vida de Santos Dumont no plano espiritual. A depressão e o suicídio sob um novo enfoque), de Adamastor, psicografia de Gilson Freire. Obra que merece leitura e exame. 

É isso. Retornarei para comentar algo sobre o que tenho lido sobre estas obras e outras já lidas nestes anos todos. Sobre as obras escritas pelas madrugadas também falarei, em outra oportunidade. Até!