quinta-feira, 23 de abril de 2009

Acontece(u) pelo mundo

Menina russa pode ver dentro dos corpos de pessoas

A imprensa noticiou o fato cujo título é o que dá nome a este artigo. Isto ocorreu no dia 16 de janeiro deste ano (2004), tendo sido publicado na Internet, no portal Terra (www.terra.com.br), com base em notícia veiculada pelo jornal britânico The Sun.

Vamos ao caso. Natasha Demkina, de 16 anos, tem impressionado os cientistas russos por poder enxergar doenças. Dotada de visão de raio X, a menina vê o interior do corpo das pessoas e localiza as doenças, dando diagnósticos com impressionante precisão. Os médicos que primeiramente se defrontaram com o fenômeno demoraram a atestar a veracidade dos fatos. Porém, como contra os fatos não se pode contestar teimosamente, diante da evidência dos mesmos, os médicos se viram obrigados a admiti-los. Em um dos testes Natasha “desenhou o estômago de um médico e pintou uma mancha escura exatamente onde o homem possuía uma úlcera.” Em outro, ela detectou todas as causas das dores múltiplas que afetavam uma paciente, tendo chegado a identificar detalhes que escaparam à ultrassonagrafia.

Que gênero de fenômeno é este? O que a Doutrina Espírita pode nos esclarecer sobre o fato?

Para situar o leitor nas discussões que se seguirão, é necessário de antemão afirmarmos que nós, espíritos encarnados, podemos produzir dois gêneros de fenômenos: os anímicos e os mediúnicos. Isto é, aqueles que se originam de nós mesmos, almas1 (daí o anímico, do latim ánimus) ou aqueles outros dos quais somos intermediários, isto é, os fenômenos mediúnicos, em que nos situamos como instrumentos, meios de comunicação entre as duas esferas de vida.

Onde, pois se situa o fenômeno Natasha? Como classificá-lo? Vidência, clarividência? Remetemos o leitor para o Livro dos Médiuns e para a competente obra de Hermínio C. Miranda Diversidade de Carismas, que nos seus dois volumes procura esclarecer muitas questões que nos inquietam e atormentam no campo das manifestações anímicas e/ou mediúnicas.

Enfim, o propósito destas breves linhas não é classificar o fenômeno e dar-lhe um nome. É, antes, analisar como os homens recebem hoje as notícias sobre aquilo que, de modo geral, não se consegue ainda compreender.

Primeiro, fenômenos como estes são transformados em algo insólito, digno de atenção pelas emoções que possam despertar nos leitores, ouvintes, telespectadores, conforme seja o meio de comunicação a divulgá-los. Dentro deste contexto, em que a notícia é um mero produto que se oferece ao consumo, na esfera das emoções, é possível que outras notícias soterrem esta, nem mesmo permitindo ao leitor o tempo necessário para reflexões em torno do tema...

Depois precisamos ter muito cuidado ao comentarmos uma notícia como essa, diante de pessoas que não partilham nossas crenças. É uma tendência nossa, de espíritas apressados, de nos entusiasmarmos por este ou aquele fenômeno e imaginarmos que estes por si só conseguem sensibilizar as pessoas para as verdades que julgamos deter, com todo o mérito de aprendizes que somos...

Estejamos atentos, pois, para o que os fatos em si mesmos podem acarretar:

  1. Os fenômenos podem atrair a nossa curiosidade e nos levar ao estudo e às reflexões, arrastando-nos para raciocínios e sentimentos que Kardec situou como fazendo parte das “conseqüências morais” que estes fatos possam causar, despertar. Nós nos deixaremos levar e arrastar, no entanto, se estivermos prontos, com “prontidão intelecto-moral”, com disposição para tanto;

  2. Os fenômenos nem sempre permitem uma classificação pacífica, uma apreensão imediata, pois eles são, em si mesmos, complexos. Além disso, simplesmente classificá-los (o que causa grande prazer, pela sensação de domínio que isto nos proporciona), não induz necessariamente às reflexões de natureza moral, o que, em última instância, é o que importa;

  3. Os fenômenos podem ser a porta de entrada para o estudo da Doutrina Espírita. Não há, entretanto, nenhuma garantia de que isto ocorra. Kardec, neste sentido recomenda, no Livro dos Médiuns, que a teoria deve anteceder os fatos (ver Do Método, Cap. III, pg. 48-49, 62 ed. FEB, 1996).

A nossa atitude diante dos fatos mediúnicos e/ou anímicos noticiados pela imprensa ou presenciados por nós deve ser o de cautela. A alegria, o entusiasmo, na medida certa, não acarreta nenhum inconveniente. E no mais a nossa pauta deve ser a do estudo sério e metódico, para que a compreensão dos fenômenos nos leve também às suas conseqüências filosóficas e morais, ampliando a nossa visão acerca dos mistérios e belezas da vida.

A notícia completa

Cientistas russos estão impressionados com o caso de uma adolescente que afirma ter o poder de ver dentro do corpo das pessoas. Natasha Demkina, de 16 anos, pode enxergar doenças e conseguiu provar através de diagnósticos, noticiou o jornal The Sun.

A primeira demonstração da visão de raio X da menina ocorreu quando ela tinha 10 anos. Sua mãe ficou surpresa quando Natasha disse poder ver dois feijões, um tomate e um espaço vazio dentro dela. A menina se referia ao fígado, coração e intestinos da mãe.

Os médicos russo se recusaram, em um primeiro momento, a aceitar o fenômeno, mas, após uma série de testes, foram obrigados a aceitar. Natasha desenhou o estômago de um médico e pintou uma mancha escura exatamente onde o homem possuía uma úlcera.

Ao ser apresentada a uma paciente que sofria de dores múltiplas, a menina detectou todas as causas. Natasha chegou a identificar minúsculos detalhes não detectados pelo ultrasom.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI255004-EI1141,00.html

Referências Bibliográficas

KARDEC, A. O Livro dos Médiuns. 62ª ed. Brasília: FEB, 1996.

MIRANDA, H.C. Diversidade dos Carismas. Rio de Janeiro: Arte e Cultura, 1991.

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