...segundo o Espiritismo e seus estudiosos
A tese de doutorado Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas, de Alexander Moreira de Almeida, apresentada ao Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, é um exemplo de estudo científico feito por um espírita militante, no âmbito acadêmico.
Para acessar a tese clique aqui.
Vejamos abaixo uma matéria sobre a mesma.
Psiquiatra defende Tese de Doutorado sobre Médiuns Espíritas
Médiuns são mais saudáveis que a população em geral
Em recentíssima pesquisa para tese de doutorado, sobre a fenomenologia das experiências mediúnicas, avaliando o perfil e a psicopatologia de médiuns espíritas, Alexander Moreira de Almeida obteve surpreendentes resultados. Entre eles, a investigação aponta uma saúde mental melhor entre os frequentadores do espiritismo kardecista do que na população em geral.
Alexander Moreira de Almeida, é médico e doutor em psiquiatria pela USP – Universidade de São Paulo, coordenador do NEPER – Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e diretor técnico e clínico do HOJE – Hospital João Evangelista, defendeu sua Tese de Doutorado sobre “Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas”.
Recorrendo a 115 médiuns espíritas em varias associações espíritas de São Paulo, os dados apontam que, dessa amostra, 76,5% eram mulheres, que a idade média era de 48 anos e a média de tempo no espiritismo eram de 16 anos. Sobre os tipos de mediunidades e sua prevalência, dos 115 médiuns estudados, a média ficou em 3 tipos para cada pessoa, sendo que a incorporação aparece no topo com 72% deles, a psicofonia em 66%, a vidência em 63%, a audiência em 32% e a psicografia em 23%. A média de exercício da mediunidade ficou entre 7 e 14 vezes por semana.
O doutor Alexander, como médico psiquiatra, conta que, o que o levou a escolher tal tese de trabalho, para o seu doutoramento foi a importância que as vivências mediúnicas tiveram e ainda têm nas diversas civilizações e, mesmo assim, serem praticamente inexploradas no meio acadêmico.
Seus examinadores e a própria Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, viram a sua Tese de Doutorado muito bem, ele recebeu todo o apoio do Departamento de Psiquiatria da USP, da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), bem como a banca teve uma postura muito científica: rigorosa, mas aberta.
Alexander Moreira de Almeida teve como orientador da Tese de Doutorado Francisco Lotufo Neto, professor livre-docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e como seus examinadores o Professor e Doutor. Paulo Dalgalarrondo, Doutor pela Universidade de Heildelberg (Alemanha), livre-docente em Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Professor e Doutor Leonardo Caixeta, psiquiatra, doutor em Neurologia pela Universidade de São Paulo, professor da UFG (Universidade Federal de Goiás); Professor Homero Vallada, livre-docente, Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Londres, maior especialista em genética psiquiátrica no Brasil e pelo Professor e Doutor Paulo Rossi Menezes, psiquiatra e epidemiologista, doutor pela London Universisty, livre-docente da faculdade de Medicina da USP.
O critério específico exigido para a composição da Banca Examinadora era que fossem pesquisadores destacados e que estudassem áreas relacionadas ao tema da tese.
Durante seu estudo, se verificou que 46,5% dos médiuns tinham escolaridade superior ou superior com pós-graduação. O Censo Brasileiro de 2000 mostrou que o Espiritismo é a única religião em que a proporção de adeptos aumenta quanto maior o nível educacional do segmento estudado.
Doutor Almeida analisou se os médiuns espíritas sofrem de transtornos dissociativos, psicóticos ou transtornos de personalidade múltipla e percebeu que, como qualquer indivíduo, eles podem apresentar estes e outros transtornos mentais, no entanto, a prevalência de problemas psiquiátricos entre os médiuns estudados foi menor que o encontrado na população em geral.
Então os médiuns espíritas não são esquizofrênicos, como se pensava o conhecimento popular; eles são até mais saudáveis que a população em geral, isto, apesar de terem muitas vivências alucinatórias e de influência que normalmente são consideradas como sintomas clássicos de esquizofrenia.
A mediunidade é vista, ou deveria ser vista pela medicina como uma expressão de manifestação cultural, religiosa, que não necessariamente é patológica e a explicação de sua origem, as ideias habitualmente consideradas como um fenômeno dissociativo em que se manifestam conteúdos do inconsciente do indivíduo estão baseadas em muitas opiniões e poucas pesquisas. A mediunidade não é causa de doenças mentais apesar de, historicamente, nos últimos 150 anos ter se acreditado nisto, não há evidências a este respeito.
No ponto de vista do doutor Almeida, a mediunidade é uma manifestação de uma habilidade humana que tem estado presente na maioria das civilizações ao longo da história. Ele diz: “A origem destas vivências em muitos casos, podem estar realmente no inconsciente dos médiuns. Entretanto, há um considerável número de casos em que esta explicação é insuficiente, apontando para alguma fonte externa ao médium” e completa:
“A psiquiatria deve estar interessada numa visão abrangente e multifacetada do ser humana, assim a espiritualidade deve ser levada em conta, como todas as demais dimensões da existência humana. Por fim, a mediunidade é uma vivência que pode nos revelar muito sobre o funcionamento da mente e sua relação com o corpo.” (ALMEIDA, 2011).
Para distinguir, em seus pacientes, o que pode ser mediunidade de distúrbios meramente neuropsicológicos, ele admite não ser uma tarefa tão simples: “Faz-se necessária uma avaliação cuidadosa e ampla da pessoa, o que ela tem vivenciado, suas crenças e seu contexto social e cultural”, diz doutor Almeida.
“Em linhas gerais, para uma certa vivência ser considerada indicativa de um transtorno mental, deve estar associada a sofrimento, falta de controle sobre sua ocorrência, gerar incapacitação, coexistir com outros sintomas de transtornos mentais e não ser aceita pelo grupo cultural ao qual pertence o indivíduo.” (ibdem).
Ao receber um paciente doente e portador de faculdade mediúnica, Dr. Almeida trata o transtorno mental existente classicamente, e recomenda que o paciente continue com suas práticas religiosas. No entanto, se ele estiver com desequilíbrios mais graves, inicia-se o tratamento farmacológico e psicoterápico e solicita-se o afastamento das atividades mediúnicas, recomendando que continue participando das demais atividades religiosas (palestras, orações, cultos, passes…).
O estudo do Dr. Almeida reuniu a maior amostra de médiuns espíritas investigados na área médica no mundo. A tese já teve repercussões no meio médico e em algum centro de investigação universitário. Ele tem apresentado os resultados da tese em congressos científicos no Brasil e nos EUA, como por exemplo o Congresso Brasileiro de Psiquiatria e International Conference on Mediumship promovido pela Parapsychology Foundation. Nesses congressos científicos, os investigadores brasileiros e norte-americanos reagiram à sua investigação muito bem, demonstrando bastante interesse.
Para o Dr. Almeida a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec, é uma proposta bem fundamentada de se fazer uma investigação científica e com bases empíricas de fenômenos antes considerados metafísicos e fora do alcance da ciência.
Com relação ao NEPER – Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Dr. Almeida explica que se trata de um grupo de estudos interdisciplinar das relações entre religiosidade saúde, composto por psiquiatras, neurologistas, historiadores, psicólogos, antropólogos e filósofos. O NEPER não está vinculado a nenhuma religião, se prende apenas à rigorosa investigação científica nesta área.
Na Europa já existem iniciativas muito interessantes na área da espiritualidade, como a Fundação BIAL em Portugal, a Society for Psychical Research e muitos médicos britânicos que investigam o tema, bem como a disciplina de parapsicologia da Universidade de Edimburgo, além de iniciativas das Associações Médico-Espíritas. Eles continuam com o interesse e a investigação cada vez mais desafiadoras dessa fascinante relação entre espiritualidade e ciência.
Sintetizando, portanto as principais conclusões do Dr. Almeida em sua Tese de Doutorado sobre “Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas”, temos:
Os médiuns espíritas diferiam das características de portadores de transtornos de personalidade múltipla e possuíam uma alta média de sintomas de primeira ordem para esquizofrenia, mas estes não se relacionavam aos escores de outros sintomas psiquiátricos e não se relacionavam a problemas no trabalho, família ou estudos.
A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia.
A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de personalidade múltipla.
Fonte: http://alquimiapopular.wordpress.com/2012/02/11/psiquiatra-defende-tese-de-doutorado-sobre-mediuns-espiritas/
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