quinta-feira, 11 de junho de 2009

Uma doutrina que incita à tolerância

Tanto a vivência de alguns espíritas notáveis, como o Chico Xavier, quanto o que a literatura espírita apregoa, o fato é que a tolerância é moeda corrente no espiritismo e no seu movimento de ações cotidianas, isoladas as lamentáveis exceções.

Na lição que lemos hoje no Vinha de Luz, de Emmanuel, temos um trecho a destacar:

O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando idéias alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço na casa de Nosso Pai.

O fato de situarmos a experiência alheia (e acrescentemos, única, singular) como fruto de trabalho e que exige investimento em um tempo de extensão duração e, ao mesmo tempo, que há muitas esferas (e postos) de serviço e ocupação no vasto mundo de Deus - nos fornece inúmeras razões para não condenarmos a quem que seja, principalmente pelo motivo de que o próximo não "reza segundo nossa particular cartilha", não vendo o mundo, em consequência, "conforme nossos parâmetros"...

Eis a mensagem na íntegra:

APROVEITAMENTO

"Medita estas coisas; ocupa-te nelas para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos." - Paulo. (I TIMÓTEO, 4:15.)

Geralmente, o primeiro impulso dos que ingressam na fé constitui a preocupação de transformar compulsoriamente os outros.
Semelhante propósito, às vezes, raia pela imprudência, pela obsessão. O novo crente flagela a quantos lhe ouvem os argumentos calorosos, azorragando costumes, condenando idéias alheias e violentando situações, esquecido de que a experiência da alma é laboriosa e longa e de que há muitas esferas de serviço na casa de Nosso Pai.
Aceitar a boa doutrina, decorar-lhe as fórmulas verbais e estender-lhe os preceitos são tarefas importantes, mas aproveitá-la é essencial.
Muitos companheiros apregoam ensinamentos valiosos, todavia, no fundo, estão sempre inclinados a rudes conflitos, em face da menor alfinetada no caminho da crença.
Não toleram pequeninos aborrecimentos domésticos e mantêm verdadeiro jogo de máscara em todas as posições.
A palavra de Paulo, no entanto, é muito clara. A questão fundamental é de aproveitamento.
Indubitável que a cultura doutrinária representa conquista imprescindível ao seguro ministério do bem; contudo, é imperioso reconhecer que se o coração do crente ambiciona a santificação de si mesmo, a caminho das zonas superiores da vida, é indispensável se ocupe nas coisas sagradas do espírito, não por vaidade, mas para que o seu justo aproveitamento seja manifesto a todos.

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